sábado, 3 de janeiro de 2015
A MANGA
Sobre esse interessante relato, tudo me leva a acreditar que so' morremos quando chega mesmo a nossa hora.
Levantei cedo, bem disposto , o sol ja' alto e ardido, coloquei minha roupa social e fui na feira como faço todos os domingos e comprei muitas mangas que eram as frutas da epoca, nao tao cheirosas como as que apanhavamos na fazenda do meio tio.
Apos o almoço , ainda sobrava muito espaço no bucho , resolvi descansar e comer uma manga na sacada onde havia uma rede. Peguei a manga maior na fruteira e uma faca para corta-la. Deitei na rede e comecei a descasca-la, cortando em seguida pelo meio. Coloquei essa metade rapidamente na boca. Na posiçao horizontal em que me encontrava e na gula tentei engolir o pedaço sem mastigar e esta bendita escorregou pela minha garganta sufocando-me.
*Com base nos fatos apresentados , e' possivel afirmar sem temer erros que fiz burrada e num pulo me coloquei de pe', engasgado, tentando engolir ou colocar fora o pedaçao da manga. Fiz ainda uns gestos desesperados para que minha esposa me ajudasse batendo nas costas, mas ela pensou que eu estivesse brincando e nem me deu atençao.
Ja' estava mudando de cor quando consequi cuspir o pedaço da manga.
Esse tempo que me pareceu uma eternidade chegando a ver a luz no final do tunel , mas nao passou de alguns segundos, meu terror foi tanto que mal conseguia falar , os olhos lacrimejando , as veias do pescoço estufadas, ufa , que sufoco.
Neste dia perdi a vontade de comer manga e nem me deitei mais na rede.
Talvez se fosse um cacho de uva nao teria me engasgado, mas pensando bem sera que eu teria paciencia para comer uma apos uma, desnecessario dizer que nao pretendo parar de comer mangas mas o faço sempre em pe' e cortada em pequenos cubos.
ELIRIA
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