sábado, 23 de maio de 2015
quinta-feira, 19 de março de 2015
Por Que 07/ 02 / 2015
O dia nao começou bem.
Descobri pela segunda vez que nao existe justiça em qualquer situaçao em que nos encontremos.
Ha' 4 anos atras conheci uma jovem em um velo'rio de uma amiga, essa pessoa sempre me tratou bem, com educaçao e amabilidade e tinhamos o mesmo amor pelos animais. Ao final desses anos ela veio a descobrir a doença que de inicio a deixou sem visao. Começou seu tratamento sem reclamar das dores, batalhadora se deparou de repente com dependencias para tudo, e enquanto isso a doença ia avançando e ela sempre com muita fe' e esperança de voltar a enxergar e continuar sua vida normal. Sempre otimista e em todos os lugares que ia, acumulava mais amizades. O tempo passou e ela se foi.............. .As vezes me pergunto : onde esta a justiça seja la' de quem for?
Por que assassinos ,maes crueis , hipocritas e todo tipo do mal continuam vivendo tao bem .
Por que sao tao bem guardados?
Por que nada lhes acontecem?
Por que os bons sofrem tanto?
Por que os errados sao aclamados e os bons esquecidos?
Continuo a viver sem respostas.
Te agradeço minha amiga por ter me ensinado a ter fe' nos medicos que nada sabem , ter coragem para enfrentar a dor sem reclamar e ter esperança de que no final tudo vai dar certo, mesmo que a soluçao seja a morte.
Minha amiga conseguiu se livrar da dor , agora ve o universo e voa livre de volta para casa.
Neste momento vivo um grande conflito ,pois somos formiguinhas no meio do pasto . Sera' que o grande fazendeiro do universo esta nos vendo? E ha' horas em nossa vida que temos a sensaçao de inutilidade , de vazio e nada parece fazer sentido.
Concentramos nossa atençao no lado mais cruel da vida e continuamos a percorre-la sozinhos.
Nao importa onde esteja nossos entes queridos ,que nos foram preciosos , sempre sobrara a saudade .
Mas se soubessemos quando e onde iriamos nos encontrar de novo, nossa despedida seria menos dolorosa.
Eliria
Descobri pela segunda vez que nao existe justiça em qualquer situaçao em que nos encontremos.
Ha' 4 anos atras conheci uma jovem em um velo'rio de uma amiga, essa pessoa sempre me tratou bem, com educaçao e amabilidade e tinhamos o mesmo amor pelos animais. Ao final desses anos ela veio a descobrir a doença que de inicio a deixou sem visao. Começou seu tratamento sem reclamar das dores, batalhadora se deparou de repente com dependencias para tudo, e enquanto isso a doença ia avançando e ela sempre com muita fe' e esperança de voltar a enxergar e continuar sua vida normal. Sempre otimista e em todos os lugares que ia, acumulava mais amizades. O tempo passou e ela se foi.............. .As vezes me pergunto : onde esta a justiça seja la' de quem for?
Por que assassinos ,maes crueis , hipocritas e todo tipo do mal continuam vivendo tao bem .
Por que sao tao bem guardados?
Por que nada lhes acontecem?
Por que os bons sofrem tanto?
Por que os errados sao aclamados e os bons esquecidos?
Continuo a viver sem respostas.
Te agradeço minha amiga por ter me ensinado a ter fe' nos medicos que nada sabem , ter coragem para enfrentar a dor sem reclamar e ter esperança de que no final tudo vai dar certo, mesmo que a soluçao seja a morte.
Minha amiga conseguiu se livrar da dor , agora ve o universo e voa livre de volta para casa.
Neste momento vivo um grande conflito ,pois somos formiguinhas no meio do pasto . Sera' que o grande fazendeiro do universo esta nos vendo? E ha' horas em nossa vida que temos a sensaçao de inutilidade , de vazio e nada parece fazer sentido.
Concentramos nossa atençao no lado mais cruel da vida e continuamos a percorre-la sozinhos.
Nao importa onde esteja nossos entes queridos ,que nos foram preciosos , sempre sobrara a saudade .
Mas se soubessemos quando e onde iriamos nos encontrar de novo, nossa despedida seria menos dolorosa.
Eliria
domingo, 1 de fevereiro de 2015
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
VELORIO l
Fomos ao velorio de um jovem rapaz , eu o conhecia desde criança e assim de repente ele se foi.
A familia estava inconsolavel e nao era para menos, pois estamos acostumados a ideia que os velhos morrem primeiro, e muitas vezes nao nos conformamos com o que a vida nos faz passar.
Embora o jovem falecido nao fosse praticamente de nenhuma religiao em especifico, muitas das pessoas presentes eram evange'licas , conhecidos de sua familia e que estavam ali prestando apoio moral , naquele momento tao dificil.
Todos muito bem vestidos com trajes sociais e penteados, nao esquecendo dos elegantes oculos escuros , que ao meu ver e' para nao mostrar que os olhos nao choram . Funeral de 1º mundo.
Antes do termino do velorio, foi realizado um culto , onde palavras de apoio, esperança e dignidade mesclavam-se a trechos citados na Biblia.
Aproximei-me para ouvir melhor o sermao .
Nao pude acreditar no que meus olhos viram. A pessoa " iluminada'' com a Biblia aberta na cabeceira do caixao que pregava com tanto fervor a palavra de Deus era um conhecido meu, que a muito tempo nao o via.
E esse sumiço tinha o seu '' porque ''. Anteriormente esse mesmo individuo fez uma grande compra de madeira no local onde trabalho, uma compra de grande valor. Agora pergunto a voces que estao lendo,,,,,,,
----Voces pagaram esse carregamento de madeira levado por ele???
----Ele nao pagou e ainda desapareceu .
Fiquei completamente revoltado pela cara de pau daquele caloteiro , que compra , nao paga e sai por ai pregando aos quatro cantos do mundo a palavra divina.
Devido a situaçao do momento seria impossivel cobra-lo , em respeito ao morto, e ele estava tao camuflado de boa ovelha que no final eu ainda sairia como errado.
Virei as costas e fui para fora da sala me encaminhando para uma padaria ao lado do cemiterio, pensando bem ou como sempre sem pensar , comi ali umas coxinhas enquanto me acalmava.
Mas como ja' dizia o velho ditado ''Desgraça pouca e' bobagem '' ,a coxinha estava estragada e nem percebi.
Hoje ate' consigo rir quando lembro, mas naquele tempo foi de amargar. Fiquei com diarreia por longos e dolorosos 8 dias , resultado de uma infecçao intestinal, graças a coxinha que comi, graças ao caloteiro.
Foi uma verdadeira romaria a hospitais , sendo que em uma das consultas o diagnostico foi de colera (doença que estava na moda naquele tempo ). Que tormento!!!! Chegava a ir no banheiro 10 vezes ao dia, assaduras tomando conta de tudo.
O melhor papel higienico , daqueles de excelente marca, devido a minha lamentavel situaçao, tornaram-se lixas de aço.
Ardencia ! dor ! colicas ! e muita raiva. Depois de idas e vindas a varios medicos, tive resultado positivo com a medicaçao e escapei da morte intestinal.
Ate' hoje minha presença em velorios e' certa ,pois sempre estou disposto a dar auxilio nestes momentos de tanta tristeza. E assim que sarei, prometi a mim mesmo nunca mais comer qualquer salgado sem antes ter certeza da sua procedencia.
So' que isto foi a muito tempo atras,,,,,,,,, Ja' esqueci do desconforto daqueles dias tao dificeis. E cada vez que " sou obrigado " a ir a' r. 25 de Março com minha esposa, nao deixo de comer aquele churrasco grego , no meio daquela sujeirada, fumaça e do povao.
Ilustraçao de Renato Brito Gaioti
EXPLICAÇOES NECESSARIAS
Ninguem cria nada novo, na verdade vamos pescando coisas , ideias aqui e ali , ao longo de nossa vida, formando uma vivencia unica.
Esta obra ,embora rudimentar por falta de nivel cultural e' um desabafo do que vivi desde criança ate' a fase adulta, depois fui aprendendo a contornar o que nao me interessava.
Nao perdoei nem desculpei quem me afringiu , minhas emoçoes ficaram enterradas e nao verbalizei tudo o que considerei como negativo na minha vida.
Recheei a mente de teorias e ideias inacessiveis , a boca sempre tinha admiraveis frases de elogios quando queria impressionar as pessoas , muitas vezes eram desafetos ou de pouca importancia para mim. Muitas vezes deixei de viver ,por idealizar um futuro ilusorio.
Aprendi que sou so' no mundo. Construi e prossegui. Fiz a cada instante um novo capitulo , ora comico, ora decepcionante , e so' tive como referencia as minhas proprias atitudes.
Enfim nao se pode agradar a todos, mas uma coisa e' certa, ao tomarmos decisoes , ou paramos diante da critica e começamos tudo de novo para agradar a terceiros, ou nao ligamos para a aprovaçao alheia e seguimos em frente doa a quem doer.
E' impossivel contentar a todos , sempre havera' alguem que fara uso da ironia e de expressoes de duplo sentido. E ha' os que olham com facilidade os defeitos alheios, mas raramente se servem deles para corrigir os seus.
ELIRIA
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
O CORTE DE CABELO
Relembrando minha infancia desastrada houve um dia em que minha mae ordenou : ZE' !!!!!!!!va' ate' o barbeiro e corta o cabelo modelo topetinho. Eu odiava esse corte, a cabeça ficava raspada e aquele pequeno montinho caido na testa , ridiculo , so' para demorar para crescer .
Com alguns trocados na mao, caminhei naquele sol quente ate' a barbearia que era na outra rua.
O corte que me foi ordenado por minha mae nao me agradou e por meu azar escolhi outro modelo. Completamente sem noçao de perigo, e tambem por me dar tanta responsabilidade, enfim fui.
La' chegando , o lugar pequeno estava lotado, esperei a manha toda a minha vez, e ficava so' pensando com meus botoes, ele deve estar podre de rico, pois e' o unico na vila e muita gente pra cortar o cabelo.
Esse barbeiro ; como ja' diz o nome, cortava muito mal Naquele tempo nao existiam escolas especializadas em cortes e modelos entao aparecia um bicudo metido a cabelereiro , e a periferia nao tinha escolhas e nos submetiamos aquela maquininha manual infernal.
Este instrumento era um verdadeiro suplicio de derramar lagrimas e o profissional (barbeiro) nao levava a peça para afiar e quando passava pelos cabelos, ia mascando e puxando muito, MUITO.!!!!!!!!
Depois de muitas horas esperando naquele salaozinho apertado e abafado meu cabelo foi mascado, e com os olhos marejados mas do jeito que escolhi voltei para casa, ja' estava na hora do almoço.
Minha mae ao me ver admirou-se da minha atitude independente e perguntou franzindo a testa;;
Que corte e' esse ZE' ????????
Respondi todo garbozo ,,,,,,,,,, Mudei o corte.
Em contra partida senti a mao de minha mae segurar forte minha orelha e me arrastando pela rua chegamos na barbearia outra vez.
De novo foi dada a ordem;;;;;;; corte tudo e so' deixe o topetinho.
Virando as costas minha mae foi embora ,e fiquei ali constrangido com a orelha vermelha ardendo.
Acabei o resto da tarde ali , com fome, ate' chegar novamente minha vez.
Eu admito que nesse tempo nao tinha autoridade necessaria para enfrentar e defender minhas ideias e gostos. Hoje sou meia idade ,mas jovao ,uso meu cabelo comprido ,corte sempre moderno e mesmo que minha mae me diga ,,,,corta esse cabelo Ze' eu nem dou ouvidos e so' faço o que quero.
ELIRIA
arte /ilustraçao de Renato Gaioti
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
VER AS COISAS COMO REALMENTE SAO
Engano 1
Sempre ouvi dizer que as cigarras de tao alto que cantavam acabavam estourando.
Eu mesmo cheguei a encontrar a casca desse inseto agarrado no tronco de uma arvore. Com o passar do tempo uma pessoa me disse que eu estava redondamente enganado e que as cigarras cantavam para atrair outro inseto do sexo oposto. A casca no tronco era a troca de forma para um tamanho maior, como as cobras. Que vergonha senti.
E por falar em cobras leia mais essa:
Engano 2
Sempre fui temeroso quanto ao assunto em nadar ou apenas andar dentro de rios rasos.
O temor seria sobre ter cobras venenosas na agua, mas nesse caso eu acreditava desde pequeno , ensinado nao sei por quem , que as cobras d'agua deixavam o veneno nas folhas da vegetaçao nas margens do rio.
Inocencia ou burrice? (minha )
Ja' adulto comentei o fato com uma pessoa conhecida e esta me fez as seguintes perguntas para que eu pudesse refletir :
Se a cobra tira o veneno para entrar na agua , como ela o pega de novo?
opçao A- chupando com o canudinho
B- aspirando pelos dentes
Como a cobra vai achar a folha onde deixou o veneno ,no meio de tanta vegetaçao?
Desta vez sem opçao.
Ja' pensou se nesse meio tempo eu tivesse dado de frente com uma cobra d'agua, pensando que ela nao tivesse veneno.
Nao faça graça, eu acreditava mesmo.
Engano 3
E o pepino?
Antigamente esse vegetal era tido como venenoso; principalmente nas pontas. Como seria possivel ter veneno nas pontas?
Na verdade a culpa foi minha por apenas acreditar e vendo as pessoas esfregando a ponta cortada no restante do pepino. Quando casei minha esposa nao fez esse ritual e ainda lhe passei um sermao por tentar me envenenar com o pepino .E' hilario pois hoje se faz sucos , cremes , saladas, sem ao menos retirar as cascas.
Nao fui um bom observador, fui um iludido buscando a verdade, muito revoltado, reclamando consideraçao e orientaçao
Sempre ouvi dizer que as cigarras de tao alto que cantavam acabavam estourando.
Eu mesmo cheguei a encontrar a casca desse inseto agarrado no tronco de uma arvore. Com o passar do tempo uma pessoa me disse que eu estava redondamente enganado e que as cigarras cantavam para atrair outro inseto do sexo oposto. A casca no tronco era a troca de forma para um tamanho maior, como as cobras. Que vergonha senti.
E por falar em cobras leia mais essa:
Engano 2
Sempre fui temeroso quanto ao assunto em nadar ou apenas andar dentro de rios rasos.
O temor seria sobre ter cobras venenosas na agua, mas nesse caso eu acreditava desde pequeno , ensinado nao sei por quem , que as cobras d'agua deixavam o veneno nas folhas da vegetaçao nas margens do rio.
Inocencia ou burrice? (minha )
Ja' adulto comentei o fato com uma pessoa conhecida e esta me fez as seguintes perguntas para que eu pudesse refletir :
Se a cobra tira o veneno para entrar na agua , como ela o pega de novo?
opçao A- chupando com o canudinho
B- aspirando pelos dentes
Como a cobra vai achar a folha onde deixou o veneno ,no meio de tanta vegetaçao?
Desta vez sem opçao.
Ja' pensou se nesse meio tempo eu tivesse dado de frente com uma cobra d'agua, pensando que ela nao tivesse veneno.
Nao faça graça, eu acreditava mesmo.
Engano 3
E o pepino?
Antigamente esse vegetal era tido como venenoso; principalmente nas pontas. Como seria possivel ter veneno nas pontas?
Na verdade a culpa foi minha por apenas acreditar e vendo as pessoas esfregando a ponta cortada no restante do pepino. Quando casei minha esposa nao fez esse ritual e ainda lhe passei um sermao por tentar me envenenar com o pepino .E' hilario pois hoje se faz sucos , cremes , saladas, sem ao menos retirar as cascas.
Nao fui um bom observador, fui um iludido buscando a verdade, muito revoltado, reclamando consideraçao e orientaçao
OLHANDO PARA TRA'S
Esse caso e' curioso e se trata de uma aventura de adolescentes.
Saimos em turma, como e' de costume aos jovens para se afirmar com segurança na sociedade, e quando vemos um adolescente sozinho ja' imaginamos um ser diferente, ou muito timido ou detesta sair em bandos que nem ciganos.
Fomos para Sao Caetano do Sul que era antigamente o bairro mais elegante do ABC.
La' nesse bairro tinha um parque onde todos iam para passear, namorar ou simplesmente sentar nos bancos embaixo das arvores frondozas.
Resolvemos que iriamos para la', pois estando em bando e' mais facil para o adolescente se expressar frente ao sexo oposto.
Como estavamos longe do local resolvemos pegar o onibus e pra nossa sorte o cobrador era nosso conhecido, deixando que no's pulassemos a catraca.
Dinheirinho economizado, sobrando para o sorvete.. Nos' eramos tao inocentes, imagina hoje falar para nosso filho ir na praça ver as garotas e poder pagar um sorvete para os dois, e' gargalhada na certa, e ainda nos dizem que estamos por fora, cafonas e outros adjetivos depreciativos .Chegando la', espalhamo-nos em duplas e por sorte ja' encontramos duas meninas que pareciam estar sem companhia.
Meio sem graça, e envergonhado pela falta de experiencia, mal conseguia pegar na mao da menina.
Bom de papo, tentando convence-la de uma paixao repentina . Papo vai papo vem, mais mentiras que fatos.
De repente vi um de meus amigos passar por mim em louca desembalada corrida, me olhando assustado e gritando,,,,,,, CORRE!!!!!!!
Nao entendi , perguntando a mim mesmo porque ele estava indo embora e tao depressa.?
Sera que havia algum significado por tra's de tudo isso ?
Qual o motivo para tal comportamento ?
Justo agora que depois de horas eu ja' estava começando a me entrosar com a menina.
Nisso, escutei um tropel atras de mim, me virei e vi que vinham varios rapazes mal encarados e pareciam que as intençoes deles nao era das melhores.
Meu celebro num tranco começou a funcionar e por precauçao ou medo de apanhar larguei a mao da menina e corri tambem,,,, tanto que sentia meus pes' bater nas costas.
Ja' a salvo com meu amigo e longe dali ,quando recuperei o folego , fiquei sabendo que eram os irmaos de uma das garotas e naquele tempo quem nao assumia ,,,,,,,, apanhava.
O caso acima mencionado e' bastante interessante por causa da minha ingenua esperteza ,nos tempos de hoje nao existe mais a moralidade de antes , namora cada dia com uma e as partes envolvidas nao se importam mais. Namoro , noivado, e casamento dizem que esta passado , ninguem dura juntos por mais de 5 anos casados, por pura falta de paciencia.
A ABELHA
Minha infancia foi muito tumultuada de fatos comicos para quem estava de fora como voce que esta lendo agora , mas nos que e'ramos muito pobres tudo parecia muito dificil.
Tinhamos pouco ou guase nada de comida em casa e as ocasioes de um doce ou guarana eram raras.
Quando meu pai recebia o salario de valor minimo ,para sustentar tanta gente em casa e mais algum parente folgado que sempre dava o ar da graça na hora da comida , mas era bom para mim assim mesmo. Sempre da' a impressao que eu vivia morrendo de fome.
Podiamos comprar um doce ou um guarana que vinha em uma garrafa de vidro, entao eu fazia um furo bem pequeno na tampinha de lata e ficava chupando a garrafa o dia inteiro, que delicia mesmo morno, pois geladeira so' para os ricos.
Nesse dia de festa, fui ao armazem da vila para comprar aquele tao sonhado drops Dulcora sabor unico de hortela . Vim com meu trofeu do mes ( o drops ) na mao e chegando em casa me escondi atras da casa para que uma das minhas irmas nao pedisse.
Desembrulhei devagar o primeiro drops, com a boca cheia de agua , sonhando com o sabor e nessa bobeira toda nao vi que uma abelha tinha pousado na bala que estava em meus dedos, pus a bala na boca com abelha e tudo , sentindo em seguida nao o sabor delicioso mas uma ferroada na lingua, Cuspi a bala e a abelha ,pisoteando-a em seguida. Puxa !!!!!!!!!!!!! parece que todos me perseguem. Essa ficou nas historias de dor, pois a lingua inchou muito e tive que esconder o resto do drops para out.ro dia .
Hoje ja' estou de idade e nem gosto de balas , mas se voltasse no tempo a cada bala desembrulhada olharia ao meu redor para me precaver de outra ferroada.
ELIRIA
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
TRANSFORMANDO CARENCIAS EM DOAÇOES
Como era bom quando minha mae nos preparava para receber visitas, a casa com flores, bastante comida e bebidas , mesa posta com guardanapos bordados e louça fina.
Tudo perfeito, so' nos sonhos, pois minha familia muito pobre mal tinhamos uma comida decente.
E a conversa depois do misero jantar era sempre velhos assuntos de familia ,muitos comentarios inuteis todas as noites sem televisao era a unica opçao.
Ainda me lembro ate' hoje da frase antiga usada como um documento,,,,
'"para um bom entendedor meia palavra basta""
Hoje nao acredito nessas palavras tao antigas e mesmo assinando documentos as vezes ficamos no prejuizo por conta de pessoas sem escrupulos .
Qualquer experiencia de vida por mais desagradavel que tenha sido e' possivel nos trazer sempre uma boa liçao e hoje sou um bom observador e nunca mais esqueci um episodio, muito marcante na minha infancia.
Quando meu pai recebia no fim do mes o misero salario,tinhamos alguma regalia durante um dia inteiro.
Essa ocasiao era a mais feliz para mim. E no meio da pequena despeza feita uma vez no mes vimos uma lata de goiabada. A promessa e' que depois do jantar ( arroz + feijao ) isso quer dizer pouco comeriamos todos juntos.
Escureceu, jantamos e esperamos ansiosos o tal doce da lata redonda , nem sei se ainda existe.
Escutei palmas. Era meu tio , irmao mais novo do meu pai , ele estava acompanhado da namorada.
Pensei ,,,,,justo agora que vamos comer o doce chega essas visitas ,sera que vai dar para repartir com todos???????.
Apos muitas horas de conversa fiada ,aguentamos firmes pois nao queriamos dormir sem comer o doce e minha mae sem ter o que oferecer abriu a lata do doce.
Meu tio querendo fazer graça para a namorada nova, apostou que ela nao aguentaria comer o doce sozinha , e ela como boa baiana que e' pegou o garfo a faca e para nosso espanto e tristeza acabou com o doce ( sozinha)
Meu tio meio sem graça, nos prometeu outra lata de doce e ficamos nos', 4 crianças pequenas a esperar pelo doce que ate' hoje nao veio.
Nos tempos atuais sou tido como exagerado porque compro tudo de montao, principalmente comida, talvez para compensar aquela noite tao fatidica.
Mas esse fato se repetiu, somente trocando as pessoas da cena.
Depois que as visitas se foram meu pai se sentiu culpado por nao ter defendido o unico doce que teriamos no mes e prometeu que na proxima despeza compraria outra lata de goiabada.
Como este mes demorou a passar , e no dia tao esperado meus pais foram na vendinha da vila para fazer a tal despeza e levaram minha irma mais nova que eu. La' chegando minha irma emburrou porque queria um par de tamancos. Meu pai ficou numa encruzilhada.,,,,,,, os tamancos ou a lata de doce pois nao dava pra comprar os dois. Advinham o que eles trouxeram para casa? OS TAMANCOS.
Fiquei tao disiludido quando nao vi o doce dentro da sacola, e nunca mais esqueci.
Hoje compro esse doce aos montes em qualquer ocasiao, mas nao tenho mais aquela vontade de comer.
Quando somos crianças tudo e' tao diferente, mesmo quando as coisas nao saem como queremos, tudo parece bom, sem culpa, sem responsabilidade , saber que nossos pais vao resolver qualquer situaçao que surja , poder dormir sem pensar no que faremos amanha.
ELIRIA
sábado, 3 de janeiro de 2015
A MANGA
Sobre esse interessante relato, tudo me leva a acreditar que so' morremos quando chega mesmo a nossa hora.
Levantei cedo, bem disposto , o sol ja' alto e ardido, coloquei minha roupa social e fui na feira como faço todos os domingos e comprei muitas mangas que eram as frutas da epoca, nao tao cheirosas como as que apanhavamos na fazenda do meio tio.
Apos o almoço , ainda sobrava muito espaço no bucho , resolvi descansar e comer uma manga na sacada onde havia uma rede. Peguei a manga maior na fruteira e uma faca para corta-la. Deitei na rede e comecei a descasca-la, cortando em seguida pelo meio. Coloquei essa metade rapidamente na boca. Na posiçao horizontal em que me encontrava e na gula tentei engolir o pedaço sem mastigar e esta bendita escorregou pela minha garganta sufocando-me.
*Com base nos fatos apresentados , e' possivel afirmar sem temer erros que fiz burrada e num pulo me coloquei de pe', engasgado, tentando engolir ou colocar fora o pedaçao da manga. Fiz ainda uns gestos desesperados para que minha esposa me ajudasse batendo nas costas, mas ela pensou que eu estivesse brincando e nem me deu atençao.
Ja' estava mudando de cor quando consequi cuspir o pedaço da manga.
Esse tempo que me pareceu uma eternidade chegando a ver a luz no final do tunel , mas nao passou de alguns segundos, meu terror foi tanto que mal conseguia falar , os olhos lacrimejando , as veias do pescoço estufadas, ufa , que sufoco.
Neste dia perdi a vontade de comer manga e nem me deitei mais na rede.
Talvez se fosse um cacho de uva nao teria me engasgado, mas pensando bem sera que eu teria paciencia para comer uma apos uma, desnecessario dizer que nao pretendo parar de comer mangas mas o faço sempre em pe' e cortada em pequenos cubos.
ELIRIA
O SAPATO
Sempre foi meu sonho ter uma chuteira dessas iguais as dos jogadores de futebol e como pareciam ser tao macias e rapidas quando estavam nos pe's dos atletas.
Ja' nao era tao pequeno e nos pe's usava aquelas horriveis alpargatas de lona, com sola de corda. No começo eram ate' confortaveis, de cor marrom ou azul, mas com o passar do tempo a sola ia achatando e formando bigodes nas laterais que eram aparadas de vez em quando com uma faca e ficava tudo mascado. As vezes tambem furava na regiao do dedao , e que so' usava para ir a' escola , no mais andava descalço pelo quintal de terra da minha casa , calçado so' comprava uma vez por ano , quando dava.
Um dia minha mae com muito esforço consequiu o suficiente para comprar um par de sapatos e coube a mim a responsabilidade de ir ate' o sapateiro (naquele tempo nao havia lojas de sapatos onde eu morava e tinhamos que fazer quase que uma viagem ate' Sao Paulo para comprar roupas e sapatos ).
Pensei,,,, agora vou para a escola de sapato, igual aos outros meninos.
Fui sozinho ( que perigo , tambem dar tanta responsabilidade a' uma criança) e la' chegando olhei tudo e me encantei com um par de chuteiras ,na sola tinha cravos de metal. E como sempre nao pensei em nada e comprei .Orgulhoso voltei para casa ja' calçado com elas.
Minha mae como sempre nao gostou da minha ideia, mas desta vez nao apanhei e fui obrigado a ir para a escola de chuteiras, imaginem se nao fui a piada dos outros alunos e ainda mais porque faziam muito barulho ao andar no asfalto.
E pior da historia ,,,,, aquelas chuteiras por ser de couro duro nao eram confortaveis nem macias como eu imaginava.
Mas esse erro foi necessario para que eu pudesse avançar e crescer e tambem dar valor ao pouco recurso material que minha familia dispunha naquela epoca.
ELIRIA
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
A LAGOA
Existem varias maneiras de tomar um banho. Desde um simples banho de balde pendurado nos caibros do telhado ou um banho teurapeutico dentro de um rio.
Na minha infancia, um jeito de tomar banho e se divertir era num rio perto de casa , meio vazio.
As arvores que beiravam o rio serviam de trampolim para pularmos na agua que naquele tempo nao eram poluidas como as de hoje.
E por falar em banho, o que mais marcou minhas lembranças na infancia, foi um dia depois de forte chuva, fomos para la',eu e alguns amiguinhos da rua em que morava.
Minha mae pensava que eu estivesse no campinho jogando bola, entao era a oportinidade de ir ao rio. La' chegando, antes de entrar nas aguas barrentas, escondia no meio das folhagens toda nossa roupa e pulava pelado no rio.
As roupas nao podiam sujar ou molhar, senao seriamos pegos na mentira e para chegar em casa com as roupas sujas , molhadas ou simplesmente sem elas seria surra na certa . Outro contratempo para atrapalhar eram os meninos de outra rua que vinham para brincar e se descuidasse levavam embora nossas poucas roupas.
\Mas no final tudo dava certo.
Nos eramos autenticos e corajosos, tinhamos uma alegria espontanea apesar de todos os apertos que passavamos.
Coisas assim nao tem preço que pague, e era necessario muita coragem para assumir as consequencias de nossas açoes.
ELIRIA
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
TEMPO CERTO
Quando fiquei jovem, gostava de nos finais de semana sair por ai com meus amigos.
Como a situaçao ainda era dificil saiamos de onibus, pois naquela epoca quem tinha um carro ou uma tv era considerado na vila como rico.
Nessas saidas, perdemos a hora de voltar para casa e quando olhamos para o relogio da matriz de Rudge Ramos os ponteiros estavam se encontrando e batendo meia noite.
Por sorte vimos que o ultimo onibus se aproximava, estendemos o braço dando o sinal.
Jovens sao folgados, distraidos, irresponsaveis e em turmas sao piores. As vezes encontramos alguns certinhos,mas a razao e' porque sao timidos.
Começamos a fazer cera para entrar, e o motorista ja' cansado, desejando chegar ao final do trajeto para poder descansar , sem paciencia para suportar aquela turma descansada,fechou a porta justamente na hora em que o ultimo ia entrar ( eu).
Fiquei para o lado de fora com o braço preso na porta. O motorista arrancou com o veiculo e a unica saida que me ocorreu no momento foi correr pelo lado de fora para nao ser arrastado,,,,,,, e como corri, embora o trajeto nao passou de uma volta em torno da igreja . A minha sorte foi justamente esta volta indo em direçao a uma descida , como nao existiam farois , placas de velocidade, radar ,eu estaria perdido. E a minha turma nem deu por fe' que eu estivesse do lado de fora do onibus. (grandes amigos ).
Acalmem -se ,,,,,,,, o motorista pelo retrovisor me viu e brecou o onibus, pois se dependesse do bando que estava comigo eu chegaria ao meu destino em pedaços.
Para mim foi muito cansativo e assustador essa peripesia ,mas algumas pessoas que passavam me observava rindo sem entender o porque daquela desembalada corrida , foi muito comico (para eles ).
Mas consequi chegar em casa ,sao e salvo entrei quietinho para que minha mae nao me visse chegando aquela hora, ainda a tempo de assistir ao segundo tempo do jogo do meu time.
Sentei rapido no sofa' , e minhas irmas que dormiam na sala estavam naquele momento arrumando a cama delas. O jogo estava no final , o juiz apitou para o jogador do meu time fazer a cobrança, que emoçao , me preparei para gritar e nesse momento minha irma levantou o lençol encobrindo a televisao, NAO VI O GOL e nesse tempo nao havia o recurso do replay.
Depois de tanto sofrimento ainda fui dormir com essa e nao pude nem reclamar pra minha mae .
ELIRIA
SACUDIR A POEIRA
Ninguem escolhe ter um temperamento complicado intencionalmente.
Como aprender quando se e' jovem, a ¨olhar¨ o obvio e ter o instinto de saber quando vamos nos dar mal. E' interessante notar que aprendemos a escrever, falar e ler, mas nao nos ensinam como nao errar. Nunca me preocupei com que os outros pensavam de mim, e minha visao sobre a vida estava disforme pois a realidade e' bem outra.
Bom, vamos parar de devaneios e contar os fatos como aconteceram. Coloquei minha melhor roupa e fui para Santo Andre e na volta como de costume voltei de onibus.
O tempo estava quente, e as ruas de terra levantava uma poeira fina de cor amarelada na passagem dos carros.
Dentro do onibus lotado, observei que na troca de horario do cobrador , ele descia pela porta da frente ,o motorista diminuia a velocidade e o cobrador pulava sem o veiculo parar.
Ai pensei,,,,,,,puxa que legal, vou fazer o mesmo quando descer.
Chegando perto do ponto onde eu deveria descer, dei o sinal e o onibus foi diminuindo a velocidade, saltei para fora ,sem esperar o onibus parar. Do jeito que o cobrador fez.
Que erro,,,,,,, eu teria que pular de lado e sair correndo para compensar a velocidade que o onibus estava .
No pulo cai e sai rolando pelo chao no meio da poeira .Levantei meio sem jeito,com vergonha da burrice ja'feita e pior; o motorista parou o onibus para ver se eu estava bem.
Bati a poeira da roupa, e fiz um sinal para o motorista ,com o polegar de positivo, virei as costas e andei em direçao contraria ao onibus . Chegando em casa ja' entrei de cara feia para ninguem perguntar do cabelo e das roupas sujas de terra.
Cada um tem experiencias,capacidades, qualidades, sentimentos proprios,defeitos e fraquezas.
Hoje em dia nao viajo mais de onibus e percebo que o unico fracasso que temos e' aquele com o qual nada aprendemos.
A vida e' uma sequencia de conflitos. Quanto maior for a nossa adaptaçao ,mais chance teremos de acertar.
ELIRIA
Ilustraçao de Renato Brito Gaioti
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